Um dos assuntos que vem repercutindo e gerando debates durante a semana é o caso das duas garotas que foram detidas e agredidas após se beijarem durante um culto evangélico onde o pastor e deputado Marco Feliciano pregava. Opiniões divergem e mais uma polêmica acerca o tão querido e odiado pastor. O beijo ocorreu em protesto contra o deputado e suas atitudes dentro do governo, e não é de hoje que protestos contra o mesmo vem ocorrendo. Entretanto muitos dizem que as garotas foram longe de mais com seu protesto, uma vez que religiosos estavam presentes e a área não é um local propicio para protestar.
Um culto religioso, obviamente não é um palco para protesto, assim como a frente de um estádio também não. E o que vimos na Copa das Confederações foram protestos e assim como agiram com abuso de autoridade naquele momento, o pastor agiu também com abuso durante o culto, mandando prender e retirarem as duas garotas que haviam se beijado. Policiais se encaminharam para o local que as garotas estavam e as retiraram da multidão, as levando para de baixo do palco montado para o culto e agrediram-nas.
Feliciano é uma figura pública, um deputado e está (querendo ou não) exposto a tal tipo de ocorrência. Protestos acontecem contra ele e por isso, não será em um culto que ele estará livre disto. Vivemos em país que se diz democrático, onde cada cidadão em tese tem o direito de liberdade de expressão. Temos o direito de reivindicar o que nos é direito de tais figuras políticas, afinal, eles foram eleitos para bem do povo (e não somente de uma classe, de uma religião, etc.). O fato do deputado estar sobre um palco em um local público, não faz que sejamos proibidos de nos expressar.
Ao buscar vídeos do ocorrido, fica claro, que as meninas não agiram com violência em momento algum com os religiosos presentes, não foram baderneiros como acusa o pastor, elas apenas beijaram-se, como um casal. E tal ato, trouxe uma grande revolta no pastor, que agiu com abuso de autoridade, enquanto as garotas eram retiradas do local, ele continuou intocável em seu palco, pregando e ofendendo os que protestavam. E não é de agora que Feliciano vem incitando ódio pelos homossexuais ou qualquer opinião divergente com a sua (que se embasa em sua religião). Como ocorreu a poucos dias, com o canal humorístico Portas do Fundo, querendo que fosse retirado um dos vídeos por achar a brincadeira de extremo mal gosto.
Após o ocorrido com as garotas, Feliciano em seu twitter, demonstrou indignado com todo o ocorrido, dizendo que a imprensa estava apenas vendo o lado errado do acontecido. Argumentou de diversas maneiras, como normalmente faz, deixando apenas um sentimento para aqueles que são contra as atitudes do deputado: revolta.
O Brasil vem caminhando e enfrentando dificuldades por esses últimos meses, devido a tantos protestos que vem ocorrendo e com a força bruta que vem sendo utilizada contra a população que já não suporta o modo que o país vem sendo governado. Será que é correto haver uma bancada religiosa dentro do nosso governo? Ou melhor, será que é correto existir uma bancada que tem apenas uma religião como dominante, mesmo com o Estado sendo laico? O país é diversificado por diversas religiões, é correto somente uma ter privilégios? E o direito daqueles que são ateus? Daqueles que se veem ofendidos e oprimidos por um deputado como Feliciano?
O Estado se diz "laico", assim como se diz "livre", agora me responda Feliciano: com base nisto, até quando irá embasar seus argumentos na religião? Até quando argumentará dentro do governo, com sua fé?
Até quando, teremos que suportar esta falsa máscara que é utilizada pelo Brasil? Somos laicos? Somos livres? Somos respeitados? Temos nossos direitos? Temos que suportar essas pessoas nos calando com força bruta? Temos que aguentar até quando, pessoas como Marco Feliciano no governo, sendo deputado e sendo presidente da Comissão dos Direitos Humanos?